domingo, 31 de agosto de 2008

1968 - O ano que não terminou, por Harlen da Cunha LIma

Bom,
Quando falei do novo, citei o "velho". E aí tive a idéia de pedir ao Harlen para adequar a resenha que ele havia feito no semestre passado no momento em que pedi que lessem o livro pra gente publicar aqui. Aí vai:

"Eu tenho que confessar, nunca fui fã de livros. Li poucos por obrigação e me vi mais uma vez diante desta obrigação, quando a Bia propôs um trabalho com base no livro de Zuenir Ventura, 1968: O ano que não terminou. Minha reação? Que saco! Ainda passa um livro que fala de história.
Comecei a ler e, quando me vi, não conseguia mais parar, já estava envolvido pela história e queria saber o seu desfecho, assim como uma novela. Zuenir nos coloca dentro do enredo, conseguimos sentir e visualizar tudo que se passa.
O livro fala de um ano conturbado mundialmente, tomados por idéias revolucionárias, jovens estudantes, intelectuais, artistas promoveram uma luta antiautoritária através de revoltas e manifestações pelas ruas de seus países. Com base na sua vivência dos fatos, em jornais e revistas da época e depoimentos de participantes, Zuenir relata diversos acontecimentos e nos mostra um pouco da inquietude da época em meio a debates políticos, reuniões, organizações de passeatas e todo conflito e entendimento entre os jovens que se dividiam em duas frentes.
Toda essa luta política não chegou aos resultados previstos, a ditadura militar se mostrava cada vez mais rígida e os estudantes começavam a perder a sua unidade.
É uma visão do cenário político brasileiro e, mais que isso, nos revela a sociedade da época, querendo romper barreiras com suas ideologias, uma época marcada pela revolução comportamental, a liberação sexual, o conflito de idéias. Tudo isso seria um gancho para as próximas gerações, a nossa sociedade hoje é reflexo daquela geração de 68, a única coisa que perdemos daquela foi a ideologia, a luta por um ideal, isso infelizmente ficou para trás.
Como vocês podem ver, o livro me encantou, conheci um pouco da história do nosso país através de uma leitura gostosa e envolvente que o Zuenir me proporcionou. Vale a pena!"

Um comentário:

Maria disse...

Eu nunca achei intediante ler sobre os acontecimentos de 68, a minha visão para os jovens daquele ano é de que eles foram heróis em um momento ditadurista.Vale ressaltar que se opôr a política era pedir:" Mate-me agora", e protestar era implorar para ser surrado.
Quem morreu e quem sobreviveu? não sei, mas graças a eles se eu for agredida por um homem; uma lei existe para proteger me, se um menor trabalha ao invés de estudar; outra lei aí estar para assegurar que seu futuro se garanta com sucesso, se um negro é injustiçado; existe uma lei exclusiva para que ele caminhe sem ser insultado, e muito mais.
O melhor de todos benefícios amigos; que hoje nós podemos cobrar nossos tão "esforçados" políticos, fazer empeachemans e manifestar direito garantido, liberdade de expressão.

A quem sobreviveu,valeu!!

Maria