terça-feira, 21 de outubro de 2008

Meu caminho, por Paulo Zenha


Antes do texto, pequenas e significantes observações: o texto foi escrito por um tio e amigo, Paulo Zenha. Segundo ele: "Está bem escrito, mas não é literatura." E olha que ele leu em dois dias. A editora é a LR Editora que não tem muitos títulos, mas tem “site” na Internet, onde é possível comprar o livro.
Fica aqui o questionamento: o que é, então, literatura?


O nome do livro é “Meu Caminho” e foi escrito por Adriana Bragança, contando as suas experiências. Ela tem 36 anos e, desde 2002, ficou sabendo que as dificuldades de fala que tinha percebido decorriam da doença denominada Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). É uma doença neurológica que enfraquece os músculos, causa atrofia pelo corpo e leva à morte. A mesma doença causou a morte do irmão de Adriana e de duas primas. A medicina não achou ainda a cura para essa doença nem descobriu com precisão sua causa.
Aos poucos, Adriana foi ficando com dificuldades quase intransponíveis de falar e andar. Não se abateu. Com uma grande fé decidiu buscar sua cura com orações e mudanças de expectativas e visão do mundo.
Mais que mais um livro de auto-ajuda, o livro, muito bem escrito, é uma lição de otimismo, perseverança e muita sinceridade.
Creio que é uma leitura útil e, além do mais, mostra como é possível enfrentar dificuldades e divulgar uma mensagem forte a favor do amor , da vida e da fé em Deus.
Entre os ensinamento de Adriana, está o de que deixou de dizer : “se Deus quiser”, para completar as frases que exprimem seus desejos com a expressão “com a ajuda de Deus”, pois acredita que Deus sempre quer nos ajudar.

domingo, 19 de outubro de 2008

Casa da Madrinha e tantos outros – a brasileira Lygia Bojunga Nunes


A história é de um menino pobre, vendedor de rua no Rio de Janeiro, que sai pelo interior do país em busca da Casa da Madrinha. No caminho, conhece um pavão e, com ele, começam apresentações de mágicas e histórias que fazem sucesso. Também conhece Vera e, juntos, encontram a tal Casa. Este é o resumo do resumo, é claro! Pois o que o livro tem de fantástico é tudo que tematiza através de seus personagens: a necessidade do livre pensamento, a busca por uma vida melhor, a igualdade entre os sexos, o desamparo em que vive a criança brasileira e tantas outras idéias que são defendidas aqui e em outros de seus textos: O Sofá Estampado, Corda Bamba, Nós três, Os Colegas, Meu amigo Pintor, Tchau, A Bolsa Amarela, Fazendo Ana Paz, O Rio e Eu e, mais recentemente, Retratos de Carolina.
Ah! Esse como eu amei!
Isso talvez resuma tudo que senti quando me vi obrigada a fechar o livro. Carolina é fascinante. Identifica-se desde cedo com muitas mulheres curiosas, determinadas, brasileiras. Aos seis anos, revela-nos sua descoberta do corpo e da alma e divide com o pai. Aos quinze, descobre o mundo e, por ele, se apaixona, Paris, Londres. Aos vinte, a arquitetura e, ao mesmo tempo, uma possibilidade de amor que não se concretiza. Aos vinte quatro, perde o pai, mas ganha autonomia novamente para agarrar a vida. De repente, o inusitado: Lygia conversa com sua personagem, coloca-a mais perto de nós. As ações que decorrem daí em diante vão dizer para todos nós que somos, como ela, responsável por criar nossas próprias histórias.
Obrigada, Lygia, por todos os personagens que ao longo dos anos você divide conosco: Raquel, Alexandre, Vera, Angélica,... e Carolina
Ps.: Ao escrever este post, descobri mais dois livros que ainda não li: Aula de Inglês e Sapato de Salto. Enfim, mais sugestões bem quentinhas...

domingo, 5 de outubro de 2008

Machado é eterno

Eu sempre me freio um pouco para falar de Machado de Assis e não parecer que o espaço aqui é para repetir o que a escola faz e que acaba por levar o aluno a não gostar de ler.
Acredito mesmo que poucas pessoas comecem a gostar de ler por Machado e outros clássicos da literatura. Principalmente, porque as instituições de ensino fazem questão de obrigar o aluno a ler e, como um outro clássico disse: “Ai que prazer/Não cumprir um dever/Ter um livro para ler/E não o fazer! /Ler é maçada,/Estudar é nada.” (Fernando Pessoa).
Mas não resisto e informo que o SESC de Barra Mansa – do dia 03 de outubro a 08 de novembro – estará com uma exposição em homenagem ao Bruxo do Cosme Velho. De terça a sexta, das 9h às 21h, e no fim de semana, de 9h às 17h30. Vamos conferir!

Jabuti – uma possível referência

Todos os anos, a imprensa divulga uma relação de ganhadores do prêmio Jabuti, mas, afinal, o que é isso?
Este prêmio foi criado em 1958 pela Câmara Brasileira do Livro a fim de prestigiar e difundir o trabalho de escritores, livreiros, gráficos, ilustradores, tradutores, enfim, todos os profissionais que trabalham para que um livro chegue em nossas mãos.
Anualmente, editoras e escritores independentes de todo o Brasil inscrevem milhares de obras na busca do reconhecimento que o prêmio lhes confere. É uma seleção séria, com um corpo de jurados especializado. Os votos são abertos e contabilizados em sessões públicas.
O primeiro vencedor deste prêmio foi Jorge Amado(1959) com o romance Gabriela, Cravo e Canela. A partir daí, escritores como Drummond, Ferreira Gullar, João Cabral de Melo Neto, Raduan Nassar entre tantos outros também foram contemplados com o prêmio.
Agora, em 2008, o prêmio completa 50 anos e consagrou no dia 23 de setembro último, o catarinense Cristóvão Tezza como melhor romance nacional publicado em 2007. Ivan Junqueira é o vencedor na categoria poesia. O prêmio de melhor biografia acabou como homenagem póstuma, pois o vencedor, Marco Antonio de Carvalho, morreu antes do lançamento da obra “Rubem Braga: um cigano fazendeiro do ar”.
No próximo dia 31 outubro, dêem uma olhada no site (http://www.premiojabuti.com.br), conheceremos os melhores livros de ficção e de não-ficção.
E por que estou eu aqui a falar sobre esse prêmio? Bem, é o seguinte: a história do prêmio fala sozinha. Às vezes, escolher um livro com o selo do prêmio Jabuti pode ser mais interessante do que usar como critério a lista dos mais vendidos divulgados semanalmente pela imprensa. Ser mais vendido não quer dizer ser melhor, embora também possa ser.