domingo, 19 de outubro de 2008

Casa da Madrinha e tantos outros – a brasileira Lygia Bojunga Nunes


A história é de um menino pobre, vendedor de rua no Rio de Janeiro, que sai pelo interior do país em busca da Casa da Madrinha. No caminho, conhece um pavão e, com ele, começam apresentações de mágicas e histórias que fazem sucesso. Também conhece Vera e, juntos, encontram a tal Casa. Este é o resumo do resumo, é claro! Pois o que o livro tem de fantástico é tudo que tematiza através de seus personagens: a necessidade do livre pensamento, a busca por uma vida melhor, a igualdade entre os sexos, o desamparo em que vive a criança brasileira e tantas outras idéias que são defendidas aqui e em outros de seus textos: O Sofá Estampado, Corda Bamba, Nós três, Os Colegas, Meu amigo Pintor, Tchau, A Bolsa Amarela, Fazendo Ana Paz, O Rio e Eu e, mais recentemente, Retratos de Carolina.
Ah! Esse como eu amei!
Isso talvez resuma tudo que senti quando me vi obrigada a fechar o livro. Carolina é fascinante. Identifica-se desde cedo com muitas mulheres curiosas, determinadas, brasileiras. Aos seis anos, revela-nos sua descoberta do corpo e da alma e divide com o pai. Aos quinze, descobre o mundo e, por ele, se apaixona, Paris, Londres. Aos vinte, a arquitetura e, ao mesmo tempo, uma possibilidade de amor que não se concretiza. Aos vinte quatro, perde o pai, mas ganha autonomia novamente para agarrar a vida. De repente, o inusitado: Lygia conversa com sua personagem, coloca-a mais perto de nós. As ações que decorrem daí em diante vão dizer para todos nós que somos, como ela, responsável por criar nossas próprias histórias.
Obrigada, Lygia, por todos os personagens que ao longo dos anos você divide conosco: Raquel, Alexandre, Vera, Angélica,... e Carolina
Ps.: Ao escrever este post, descobri mais dois livros que ainda não li: Aula de Inglês e Sapato de Salto. Enfim, mais sugestões bem quentinhas...

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